Biografia das primeiras coisas
Um dos vectores fulcrais em Amanhecem nas Rugas Precipícios, de Alberto Pereira, é a passagem do tempo e o confronto constante entre a infância e a velhice, com os seus contrastes e semelhanças dissimuladas (…) há uma sub–reptícia tentação de desafio aos elementos do divino, que em nada consegue demover a ordem natural das coisas, apesar de ser possível descontinuar a coincidência entre a consciência e a condição, porque os homens não sabem que as rugas começam na garganta.” João Morales, in “Revista Os meus livros”.
“Este livro de Alberto Pereira quer olhar o passado, fazer estradas onde apenas as metáforas podem abrir luz de sombras (…) uma tentativa de desenhar todas as geografias da dor, do crescimento múltiplo da morte entre a vida em todas as suas aparições – o caminho que estes versos procuram executar.” Sena-Lino in prefácio “Amanhecem nas Rugas Precipícios”.
“A irradiação imagética do discurso poético de Alberto Pereira (que sentimos em O áspero hálito do amanhã, de 2008, e Amanhecem nas rugas precipícios, de 2011) recorda, por vezes, a insaciável impaciência que sentimos pulsar na poesia de Herberto Helder. Aqui a presença do não-dito enquanto força do irrepresentável e do inominável assomam de uma forma igualmente desarmante: o esplendor do incerto impregna essa nudez discursiva, fazendo-a reverberar.” Ricardo Gil Soeiro in “Do sangue: A Palavra e o Espanto”
“Alberto Pereira, como outros poetas de qualidade, fazem o seu percurso numa certa marginalidade literária e ainda bem. Mantêm-se incólumes e intactos, avessos a modismos, desconhecem a subserviência e obedecem unicamente ao seu instinto poético.” Maria João Cantinho in “A Sombra que nos Acolhe”