E muito deste livro são memórias e são palavras: a palavra lírica, a palavra essencial, a palavra que a poeta liberta para regressar à palavra essencial: a palavra poética, a que define e nomeia o mundo. E é essa que Luana Lua nos dá, com o perfume e o lúcido rumor de uma seara que diz ser uma seara-amor, uma seara-mãe, parideira feliz de uma exaustiva e consciente procura de liberdade.
Do prefácio à obra, pelo poeta Joaquim Pessoa.
Só a expansão lírica concede (a Luana Lua) esta forma de resgate de um espaço ironicamente seguro e castrador das emoções e dos sentimentos mais nobres por serem genuínos. E é neste universo poético que surge, subjacente às palavras, um contexto emocional impeditivo de livres voos, rumo a um cais apaziguador, mas distante.
Neste anseio de quietude interior, ensombrado pela indecisão, verbalizam-se amarras que se não soltam, seguram-se elos que se não quebram.
In “Carta Poética a Luana Lua” por Aida Araújo Duarte