Um político confessa-se – Diário: 1960-1968 / Franco Nogueira

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Por anos entre 1960 e 1968 – anotei em sucessivos cadernos quanto me pareceu significativo. Registei episódios e minúcias, e julgo que fui rigoroso. Destinava esses apontamentos a futuras memórias; mas desinteressei-me destas; e não as escreverei. Nem isso importa. No estado moral do país, seria mesmo grotesco tentar fazê-lo: há por aí alguém que se interesse, no plano propriamente nacional, seja pelo que for? Não excedem decerto a mão cheia os curiosos por estes transes da crónica portuguesa (como por quaisquer outros, aliás) e sobretudo pelos dares e tomares em que fui envolvido; e para esses serão alimento bastante estes tópicos. Transcrevo-os quase como os alinhavei, afora um passo ou outro que cortei por demasiado cru, ou por alguma lima que apliquei aqui ou ali para corrigir atropelos de uma prosa lançada ao papel com excessiva rapidez, na lufa-lufa de um quotidiano infernal. Dou assim um testemunho, e faço-o porque alguém tem de o dar, neste crepúsculo nacional, que bem pode preludiar uma noite definitiva.” (da introdução à obra, pelo Autor, sob o título “Porquê? Para quê?

livro usado, capa mole

FORMATO 15,5X22cm, 316 páginas

EDITORA: Civilização, abril de 1987