Sopro de Futuro
E quando João Repolho, o capitão de Abril, é, ao mesmo tempo, o poeta Julião Bernardes, tal significa que, para além das questões da guerra e da paz, é simultaneamente um homem com raízes humanistas, preso ao bem-querer, aos afectos, ao bem-comum, à cidadania plena, cujas preocupações vão muito mais além das consequências imediatas do acto revolucionário que acabara de consumar-se. Não que o capitão se julgue credor de gratidão eterna, pois nada quisera em troca, ou guardião das consciências alheias, mas porque o poeta tem por seu fim empenhar-se com afã na revolução social capaz de levar cada homem a um patamar mais elevado de saber, cultura, autonomia e conforto que o façam dono de si próprio – corpo e consciência. Está implícito nos princípios de cada revolução, sem ser necessário enumerá-lo, que o primeiro dos muitos objectivos que possa carregar é, sempre, o de proporcionar ao homem um quinhão maior de liberdade, aproximá-lo um passo mais do destino que persegue. (do prefácio à obra, por Joaquim Murale)
formato 14×22,5 | 156 páginas
ISBN: 9789893572214 | Junho 2024