Em chamas só de olhar o Homem Bicho que vagueia pelo mundo
O pensamento eminentemente plástico de Agostinho Santos mostra-nos sua preocupação constante com o torpe do espírito humano, a falha política que permite ainda que tantos sejam espoliados ou preteridos. Há uma causa de fundo, uma atitude sine qua non que pauta os seus propósitos e que leva a arte a servir de meio de combate, reduto da defesa ou, se quisermos, franco instrumento da verdade. Poema a poema, o leitor é convidado ao centro de todas as coisas. Convidado a medir-se na dignidade. Nenhuma obra de arte pretende deixar incólume o seu observador, exactamente como acontece com o que é verdadeiro, não permite muito a indiferença. Pede adequação, responsabilidade. Assim a arte poética de Agostinho Santos. Uma poética da dignidade. (do prefácio de Valter Hugo Mãe)
edição de Março 2019
Prefácio de Valter Hugo Mãe
15x23cm