Cada um é muita gente. A esquizofrenia em Pessoa
Nesta edição, Helena Barros oferece uma leitura pouco explorada em Fernando Pessoa: o da esquizofrenia como causa da heteronímia. Os trabalhos aqui apresentados apoiam-se em abordagens teóricas derivadas de Ronald Laing e Jung, sem esquecer o significado da alquimia na obra de Pessoa e do Budismo-Zen em Alberto Caeiro. “O meu intuito (…) é apenas contribuir para a compreensão de Fernando Pessoa enquanto ser humano perturbado pela sua esquizofrenia. Observá-lo clinicamente e integrá-lo numa categoria nosológica, esmiuçando e catalogando os sintomas, ultrapassaria não só as minhas intenções mas também as minhas competências. Tentarei tornar compreensível e articular o mundo interior de Pessoa dando a conhecer a causa do medo, do ódio, da inveja, do vazio do eu, do tédio, da impossibilidade de entrega ao amor e perceber de que modo estes e outros sentimentos foram experienciados e sustentaram a vida e obra do poeta. Este fascinante Pessoa, que disse que o poeta é um fingidor, afinal, mais do que ninguém, expôs e analisou o seu eu despojado de autenticidade e assassinado por si mesmo”.
Autor
Helena Barros
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