A arte do nada. O lastimoso destino dos besugos.

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“Há pouco, pouco tempo, num reino não muito distante, a meio caminho entre o nada e o nenhures, havia um povo que respondia (quando calhava) pelo nome de Besugos…”

 

Assim se inicia a nada gloriosa gesta dos Besugos, um poVinho sem igual. Pelo menos, na falta de higiene e de modos ou na trafulhice – na besuguice, em suma – ninguém era capaz de igualá-los.

À sua simples passagem, todos os vizinhos se curvavam ou mantinham uma cautelosa distância. Não por deferência ou por qualquer sinal de respeito, mas porque o odor fétido que exalavam (uma mistura de refogado, meias encardidas e suor) era capaz de devolver à vida até a múmia mais mortiça.

Chefiados por La Fava, o insuperável “Mais Grande” Líder, passavam os dias a emborcar litradas de vinho zurrapa na tasca mais próxima e a discutir os últimos resultados do Recreativo das Barracas, a agremiação desportivo-criminal de que eram fanáticos, quando a sorte (e o árbitro) sorria em seu favor.

O que seria do Mundo sem os Besugos? Um lugar melhor, sem dúvida.

Limpar
REF: n.d. Categorias: , , ISBN: 9789895316427

Com Ilustrações de Inês Viegas.

 

 

Autor

Sérgio Almeida

Sérgio Almeida, Luanda, 1975, é autor dos livros: "Análise Epistemológica da Treta", contos; "Armai-vos uns aos Outros", novelas; "Não Conto", contos; "Como Ficar Louco e Gostar Disso", poemas; "Ob-dejectos", prosa poética; "O Elefante que Não Sabia Voar", infanto-juvenil; "Periferia", poesia e "Ema e a Estrela Carente", infanto-juvenil. Coordenou o volume "Poesia traduzida de Luiza Neto Jorge". É membro do colectivo de poesia e performance Sindicato do Credo. Jornalista na área cultural desde 1998, já foi agraciado com o Prémio Escritaria, 2014 e o Prémio Internacional César Vallejo – Unión Hispanomundial de Escritores, 2021.

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