Desde sempre decidido a beber o que pudesse de cada experiência a que se jogava. Da textura das tintas de óleo e o delicioso aroma a resina próprio da terebentina de quando pintava.
Da adrenalina que o percorria e lhe acelerava o ritmo antes de entrar em cena numa peça de teatro, logo seguido da calma após pisar o palco e da primeira fala, até ao prazer que tira do som mecânico de cada disparo do obturador quando fotografa. Em tudo uma sede por saciar.

Inseparável da sua máquina fotográfica procura em tudo um modo diferente de registar o que vê. Porque olhar não é o mesmo que ver, como explica algures nas linhas deste livro (Um Sentido, Junho, 2011). Onde, dum modo despretensioso, se atira de alma a uma nova experiência, equilibrando-se entre uma procura de contar algo a alguém e de retirar algo para si. Despeja aqui e ali, em frases e parágrafos, parte de si, mistura-se com os
personagens mas com o cuidado de se esconder por trás das palavras, deixando espaço ao leitor para descobrir um novo olhar ou rever-se no seu.