As origens da Margarida Ildefonso remontam a Lamego e a S. João de Tarouca por parte dos progenitores. Autodidata – desde tenra idade demonstrava visível propensão para a poesia e, apenas mais tarde, quando já tinha trinta e três anos de idade, é que escreveu o primeiro conto –, mediante um inatismo que considera inteiramente endógeno. Nascida nas proximidades de Lisboa teve dupla educação de sentido inverso: Por um lado, na simplicidade rústica do lar materno, recorda da infância, as brincadeiras campónias com os irmãos e demais pirralhos, e as noites inolvidáveis junto à lareira pejadas de contos fantásticos; por outro, através da madrinha de batismo, teve acesso a um lar austero, onde o rigorosismo de fachada social e preponderante de convívio restrito, conduziram ao isolacionismo, à interiorização e à mutação de um caráter ávido de vida e de bulício vulgar. Na presente época, a autora reside em Águeda, mesmo num extremo da cidade (a cerca de quatro quilómetros de Albergaria-a-velha), mas residiu durante mais de vinte anos em Sever do Vouga, aonde nas maravilhosas paisagens da região do Vale do Vouga, prosseguiu a sua inicial inspiração, descortinando uma mais valia nos exóticos contos.