Fátima Valentim nasceu em Angola de onde partiu, no ano de 1975, fugindo da guerra que assolou aquele país após o 25 de abril.

Foi em Portugal, na praia de Monte Gordo onde fixou a sua residência – assumindo-se por esta razão uma “cuíca” de alma – e, posteriormente, Vila-realense de coração, cidade onde reside, casou e cresceram os seus filhos.

É educadora há trinta e um anos, papel que sempre desempenhou com dedicação – não é por acaso, que este era o seu sonho de menina. Foi no leccionar da sua prática pedagógica que surgiu o gosto por inventar escrever e contar histórias, traduzindo-se estas no seu instrumento privilegiado para abordar muitos dos temas a que se propunha com os seus alunos. A sua primeira obra editada, intitulada À Procura da Liberdade, nasceu fruto de uma aventura vivida em parceria com um grupo de alunos que frequentavam o jardim de infância de Castro Marim. O gosto pelas histórias vêm-lhe desde menina e recorda com nostalgia as histórias que a sua avó materna lhe contava pela noite, antes de adormecer. Contar histórias está-lhe na alma! De qualquer recanto, imagem, emoção ou vivência, faz-se de imediato sentir uma vontade inexplicável de começar a escrever, o que acontece nos recibos do supermercado, embalagens vazias, tickets, tudo serve – até nas mãos – porque não gosta de deixar fugir uma imagem, uma viagem.

É no papel de “mãe galinha”, de esposa, educadora, e junto dos seus familiares e verdadeiros amigos, que encontra os pilares que necessita para viver; mas é também nos seus silêncios, percorridos junto à praia e ao rio Guadiana, que encontra muitas vezes as respostas e as dúvidas para poder escrever uma das muitas histórias começadas, outras finalizadas, aguardando na sua secretária a vontade de um dia as fazer nascer.

Escolhi Viver é a sua terceira obra editada depois de À Procura da Liberdade (2015) publicada pela Chiado Editora, e A Pomba Lina (2017) publicada pela Andorinha Editorial; ambas já tiveram 2ª edição, sendo que À Procura da Liberdade encontra-se traduzida para Castelhano.